Thursday, March 29, 2007

Revolução da Alma


Recebi um texto por e-mail com a indicação de que teria sido obra de Aristóteles...

Em virtude da minha formação, duvidei...

Na realidade, este texto "Revolução da Alma" foi extraído do livro "Decidi ser Feliz", de Paulo Roberto Gaefke , editado em 2002.

Embora a última frase seja realmente de Aristóteles.

Com o maior dos respeitos pelo português do Brasil, tomei a iniciativa de o "traduzir"/adaptar para um português mais perto do português falado em Portugal.


Ninguém é dono da tua felicidade,
por isso não entregues a tua alegria,
a tua paz,
a tua vida nas mãos de ninguém,
absolutamente ninguém.

Somos livres,
não pertencemos a ninguém e não podemos querer ser donos dos desejos,
da vontade ou dos sonhos de quem quer que seja.

A razão da tua vida és tu mesmo.

A tua paz interior é a meta da tua vida.


Quando sentires um vazio na alma,
quando acreditares que ainda te está a faltar algo,
mesmo tendo tudo,
remete o teu pensamento para os teus desejos mais íntimos
e busca a divindade que existe em ti.

Pára de, a cada dia, colocares a tua felicidade mais distante.

Não coloques objectivos longe demais das tuas mãos;
abraça os que estão hoje ao teu alcance .

Se andas desesperado com problemas financeiros,
amorosos ou de relacionamentos familiares,
busca no teu interior a resposta para te acalmares.

És o reflexo do que pensas diariamente.

Pára de pensar mal de ti,
e sê o teu melhor amigo... sempre.

Sorrir significa aprovar,
aceitar,
felicitar.
Então abre um sorriso e aprova o que o mundo que te quer oferecer de melhor.

Com um sorriso no rosto as pessoas terão de ti as melhores impressões,
e estarás a dizer a ti mesmo,
que estás "pronto" para ser feliz.

Trabalha,
trabalha muito a teu favor.

Pára de esperar a felicidade sem esforços.

Pára de exigir das pessoas aquilo que nem tu conquistaste ainda.

Critica menos,
trabalha mais.

E não te esqueças nunca de agradecer.
Agradece tudo que está na tua vida neste momento,
inclusive a dor .

A nossa compreensão do universo ainda é muito pequena
para julgar o que quer que seja da nossa vida.

Por fim,
acredita que não estaremos sozinhos nas nossas caminhadas,
um instante sequer,

se nossos passos forem dados em busca de justiça e igualdade!!!

"A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las."


Sunday, March 18, 2007

João Pedro


A esposa de João Pedro acabara de ficar grávida e se já viviam com grandes dificuldades, o amanhã do bebé adivinhava-se bem pior.

João Pedro estava desempregado por já longos 4 meses, tinha sido uma falência do escritório. A sua mulher trabalhava 12 horas por dia numa fábrica.

Quando soube da gravidez da sua mulher, o que fez foi começar a procurar emprego com cem vezes mais esforço do que aquilo que já estava a fazer.

Conseguiu ao fim de mil
nãos, um sim. Tinha o problema de ser um pouco sujo, tratava-se de manutenção de esgotos, a pior parte de tal coisa. Ele ficou feliz pois o salário era relativamente bom e assim havia a possibilidade de sustentar com mais segurança aquele que se esperava.

Começou o seu trabalho no dia seguinte. Foi só ao chegar a casa que se apercebeu do estado em que estava, as roupas sujíssimas e o cheiro, um cheiro tão nauseabundo que até lhe deu vontade de rir. Sua mulher, quando chegou, fez uma cara indescritível, olhando-o de forma fria.

Passadas duas semanas, e ainda antes do primeiro salário entrar em casa, a esposa de João Pedro sentou-se diante dele e disse-lhe que aquele emprego era indigno e que aos olhos de outras pessoas até ela ficava mal vista -
O meu marido trabalha nos excrementos! - E afirmou que iria separar-se dele pois a situação tinha atingido tal ponto que já só havia a solução de quebrar a relação. Saiu de casa sem o ouvir sequer, levou tudo... até aquilo que tinha no seu ventre e que não era só seu. Só deixou a morada para onde ia, isto para ele lhe enviar dinheiro (se quiseres!) e a indicação expressa para que ele não tentasse sequer voltar a vê-la.

João Pedro continuou a trabalhar no mesmo sítio... não havia nada melhor. Enviava mensalmente 3/4 do seu ordenado para a morada que ela lhe tinha deixado num bocado de papel pardo.

Completamente só, vivia para o final do mês, para o cheque que se trocava por dinheiro e este por um vale postal, que por sua vez era enviado para a morada.

Foi assim durante muito tempo. A sua (ex-)? mulher teve um filho, foi despedida antes de o ter, pois não houve compreensão para a licença de maternidade, os tempos eram de crise. Nunca mais conseguiu arranjar emprego. Vivia do vale-postal e nem o apelido do pai pôs no nome do menino... Sempre achou indigno trabalhar
nos excrementos.

João Pedro viveu com cerca de 1/4 do seu salário durante muitos anos, quando era aumentado aumentava, também ele, a fatia para o vale-postal. O menino cresceu e fez-se um homem que quando se apercebeu do vale-postal procurou de imediato explicação. Não a obtinha em lado algum, mas persistindo acabou por chegar à morada remetente do papel que valia dinheiro. Era a morada de quem os sustentava a ele há anos. Pensou que era um ricalhaço qualquer, mas mesmo assim resolveu ir até ao fim, havia que ver a cara de quem enviava o crédito mensal.

Era uma barraca, junto dos vizinhos perguntou coisas e esperou para ver a cara do tal Sr. João Pedro.

João Pedro chegou, e ao fim de pouco tempo, aquele velho e o jovem (re)conheciam-se pai e filho...

Depois de horas de diálogo:

- Mas afinal, meu filho, como é que te chamas?

- Acabei de nascer à pouco e chamar-me-ei João Pedro!

O velho João Pedro morreu num acidente de trabalho ao fim de dois dias...

O jovem João Pedro saiu de imediato da casa da mãe para ir viver para a do seu falecido pai, ocupando igualmente o lugar do pai na manutenção dos esgotos. Ao sair de casa da sua mãe nada disse, só prometeu 3/4 do salário.

João Pedro, o pai, chorou... anos e anos pelo filho, por tamanha dignidade.

Chorou até sorrir quando se deu conta dos porquês da sua história.

Saturday, March 03, 2007

Filosofia


Sim, considero-me filósofo (que me desculpem todos quantos têm outros critérios onde não encaixo nessa categoria)... e há dias, enquanto pensava no sentido da existência acabei, de súbito, por me ver confrontado com uma ideia tão forte quanto evidente...

Os dias que se seguirem ao dia da minha morte serão ainda... dias da minha vida.