Era um rapaz que um dia resolveu escrever uma carta...
Queria libertar tudo aquilo em que pensava... aquilo que sonhava... aquilo que tanto o fazia sofrer... queria libertar tudo isto e escreveu:
João:
Sei que aquilo que sonhas jamais se concretizará, e por isso tanto sofres... sofres ainda mais pelas tentativas que fazes para te habituares, ou melhor, para tentares contentar-te com o que tens...
Não sei o que te posso dizer, pois no fundo tu és eu, e sei o que se passa contigo, e muito melhor do que ninguém... no entanto, João, luta, não te contentes com o que tens e não te contenta... luta pelos teus sonhos e se tal batalha te for desfavorável... pelo menos tentaste, e isso... isso não sei se vai ser melhor se pior do que o que agora sentes...
Um abraço,
João.
Passaram anos e o João nunca se submeteu totalmente à sua (triste) realidade, assim como nunca lutou com todas as suas forças... e chegou o dia em que se tomou a decisão fracturante... em que chorou e em que fez o que não sabia bem o que era... Fugiu...
Fugiu da realidade e do sonho, correu tão depressa que não se deixou apanhar por aquele que fora outrora...
Não se soube mais nada... nem do João nem daquele que lhe fugiu... a não ser que o que há de mais certo é que todos temos que morrer... morrer no real, morrer nos sonhos e morrer na fuga...
Gostava tanto de saber daquele de que o João fugiu...
-...João!?!... João!?!
- O João morreu e o outro também... mas o Outro não.
1 comment:
lindo....
deve ser verdade aquilo que se diz, de todos os dias morrermos um bocadinho...seja lá no que for.
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