Eis a Filosofia Sensível:
Eu sou muito importante. Vivendo e pensando só consigo sentir-me a mim próprio. Sou importante porque estas mãos que agora escrevem neste papel são preciosas... para além de serem únicas e insubstituíveis obedecem-me na perfeição, são um óptimo meio que possuo. Como as minhas mãos, todo o meu corpo é, para mim, a minha casa, o meu lar. O proprietário, o eu, é, ou melhor, sou alguém que eu próprio desconheço. Cada dia que passa observo-o(-me) em busca de algo que dissipe o mistério que para mim sou.
O outro é importante. Há outros, como eu e a minha casa. Consigo gostar deles, e das suas casas. Procuro até um outro que me ame e que eu o consiga amar a ele também...Sonho envelhecer com ele numa só casa.
Deus é o mais importante. Ele sabe quem sou. Ama-me, apesar de me conhecer perfeitamente. O PAI-NOSSO criou-me e ficou dentro de mim, fez esta minha casa. Há quem não acredite em Deus mas, para esses eu juro que Ele existe, em mim e fora de mim. Tal como na aparência de um fio de telefone não se vislumbram os milhões de palavras que passam a cada segundo por ele...e palavras que têm milhões de sentimentos por detrás de si, também é preciso saber qualquer coisa, para conseguir encontrar o Pai-Nosso.
O pensamento anda virgem de relações sentimentais. Estou farto de filósofos, de Tales a Ricouer, são quase todos uma espécie de semideuses, que expulsam da Filosofia o coração que bate na lareira de nossas casas. Possuem vãs filosofias, são bonecos de barro sem sopro.
Em mim, a razão ama o sentimento, outros há cuja razão se chama Narciso. A Filosofia difere dos filósofos como a Música dos músicos.
A Filosofia é uma festa para todos, apesar de alguns insistirem em reclamá-la só para si.
1 comment:
Adorei particularmente o primeiro parágrafo porque, apesar de, inconscientemente, todos pensamos nisso, há muito poucos que o reconhecem realmente e lhe dão o verdadeiro valor!
(Está difícil comentar no teu blog...)
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