Vasco era casado, estava doente e já era idoso há muito tempo. Eram pessoas humildes, mas a sua mulher estava sempre junto dele.
Houve um dia em que Vasco se sentiu muito pior, a sua mulher foi a correr à sua vizinha para que pelo telefone o médico fosse chamado... e lá veio...
Depois de fazer o seu diagnóstico o médico chamou D. Teresa e disse-lhe:
"- Dona Teresa, o senhor Vasco Valente está muito mal e não sei por quanto tempo vai ele aguentar... Desculpe-me esta dureza de palavras, mas a verdade é, por vezes, tremendamente áspera."
O médico saiu e ela chorou uma lágrima no caminho até ao quarto, antes de entrar limpou-a e, sorrindo, perguntou a Vasco se ele precisava de alguma coisa,
- Sim, ajuda-me a vestir o fato.
Era o seu único fato, o fato do casamento, o fato da missa, ... o fato da dignidade exterior.
Teresa, solicitamente, acedeu sem hesitar... com uma dor no coração vestiu-o a Vasco que, apesar das dores que o atormentavam, não se queixou nem com um só som de agonia.
Já com o fato completo vestido – colete e gravata incluídos - Vasco pediu-lhe para que Teresa o levasse à rua... ...mais uma vez respeitou e cumpriu o pedido do seu marido.
Era noite de lua nova e estava muito escuro... Vasco estava de pé, encostado a uma árvore e abraçou calmamente Teresa e murmurou-lhe:
"- Teresinha, foste uma companheira maravilhosa, quero muito agradecer-te do fundo do meu coração tudo o que por mim fizeste, mas agora... é tempo para um último pedido: entra em casa e reza por mim que vou morrer...
- Mas Vasco...
- Não faças mais nada... entra em casa e sem chorares pede a Deus que me aceite... que aceite o teu marido... vai e reza!!!"
Sem mais palavras nem trocas de olhares, ela entrou e cumpriu o que Vasco lhe pedira.
Ele desencostou-se da árvore e começou a caminhar... devagar, torto mas decidido... Lá ia, Vasco Valente com o seu fato, o único, o digno... continuou a caminhar até que sentiu que morreria dentro de poucos segundos... ergueu então os braços e, olhando o céu por entre as estrelas, exclamou:
- Meu Deus... leva-me daqui... peço-Te... bem vês que já estou contente só de Te saber a ouvires-me. Eu e a minha amada esposa precisamos de Ti agora... Vê a minha vida e saberás que nunca como hoje de Ti precisei... Mas para quê é que estou aqui a dizer estas coisas se Tu tudo sabes?... ...Leva-me Senhor...
Passaram alguns minutos e Vasco Valente Cabral foi levado... Em casa, Teresa, nesse momento, sentiu vontade de sorrir e sorriu...
Anos depois Vasco recebeu e aconchegou a sua Teresa com um abraço tão forte que o próprio Deus sentiu vontade de sorrir e sorriu... Enquanto, os que aqui, choravam a partida de Teresa... sentiram a verdade da saudade: ser apenas o amor requintado de quem espera, na certeza de que nem a própria morte separa quem gosta de se abraçar.
Enquanto escrevi isto, por vezes senti vontade de sorrir e... sorri!
9 comments:
"Já com o fato completo vestido – colete e gravata incluídos - Vasco pediu-lhe para que Teresa o leva-se à rua... ...mais uma vez respeitou e cumpriu o pedido do seu marido."
levasse, professor... levasse, e eu é q sou o dislexico...francamente...e o seu nome sabe escrever??? também erramos...! E os outros, eu neste caso, (felizmente) estão cá para nos corrigir
"Mas para quê é estou aqui a dizer estas coisas se Tu tudo sabes?... ...Leva-me Senhor..." e há mais erros, Fu, ou ignorancia da minha parte, sei lá!
Professor já não é, amigo para sempre!
Bom Natal!
Eu gostei do texto Veiga! Não gozes... e mesmo coisa a ines... Tem mão de/do Jesus! Abracinho!
erros corrigidos...
Aliquando bonus dormitat et Homerus.
Literal: Até o bom Homero às vezes cochila;
Ensinamento: Até o sábio se engana!!! (ah... mas nunca no próprio nome!)
"Enquanto escrevi isto, por vezes senti vontade de sorrir e... sorri!"
Enquanto li isto, senti vontade de chorar e... chorei...
resposta:
"Que há num nome? Aquilo que chamamos rosa
com qualquer outro nome seria igualmente doce"
(William Shakespeare, Romeu e Julieta)
..||..
.\__/.
xD (achei apropriado... ignorar os pontinhos sff. xp)
Ao ler estes comentários nunca pensei que desse tantos erros a escrever... Vergonha ;)
Pois ignorando todos os erros, mais um texto bastante sentimental que me dá vontade de combater o que me trava!
� camarada z� n�o hava nexexidade zzzzzzzzzzzz!
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